Paz amigos.
Que tarde boa. Neste momento, estou viajando para Criciúma, a fim de ministrar aulas de homilética. Que viagem agradável, também, num destes novos ônibus de luxo, com visão panorâmica, auto-bar, suporte para as pernas, climatizador, filmes, música e até internet.
Bom, justo eu, que constantemente chamo atenção para o enjaulamento dos homens em suas cavernas de entretenimento digital, olha só o flagra que acabei de dar em mim mesmo. Lembro das horas de estrada, a cada duas semanas, onde normalmente eu ia conversando com alguém que não compartilhava da mesma fé salvífica, em Cristo.
Eram tempos de diálogo do tipo face a face, daquele que nos dá a oportunidade de externar uma fé viva e prática, ao ponto de despertar o interesse e, em alguns casos, até mesmo a transformação de uma vida, da água para o vinho, o que tem se tornado cada vez mais raro. Trabalho todos os dias recebendo e transmitindo mensagens em frente a um LCD. As vezes, tenho que me esforçar para não confundir a minha própria casa com uma lan house. E, agora mesmo, estou curtindo uma de nerd pós-moderno. Ou seja, a cada dia, menos cristãos estão compartilhando o amor de Deus com aqueles que não o conhecem. Ao invés disso, estamos nos isolando em nossos arraiais gospel e formando guetos doutrinários.
Onde vamos chegar? Quais os rumos do evangelismo nas cidades? Será que nós devemos vigiar e orar, ao ponto de não nos tornarmos pessoas alienadas pelas novidades digitais e da real e mais importante necessidade humana, que é a salvação? Ou simplesmente nos deixaremos ser empurrados ladeira abaixo, para dentro do nosso próprio individualismo, sem compromisso com o desconforto de se compartilhar evangelho com alguém, sendo como cartas vivas para todo aquele que nos lê?
Que a graça do Eterno seja suficiente para nos libertar da masmorra da letargia dos tempos do fim. Que o amor do Pai nos deixe compungidos a cumprir todo o propósito d’Ele para cada um de Seus filhos. E que a nossa fé em Cristo seja firme o suficiente para que a vivamos fora dos guetos evangélicos.
Um fraternal abraço a todos.