terça-feira, 15 de janeiro de 2013

E HAVENDO FEITO TUDO, FICAR FIRMES



Uma entrevista com um medalhista olímpico me despertou para um detalhe de uma passagem bíblica. Ele disse que quem quer ser campeão tem que treinar mais do que os outros. Foi aí que lembrei do que está em Ef 6. 11, mas não apenas quanto ao que fazer, mas quando fazer. Esse é o ponto que gostaria de ressaltar.
A maioria de nós tende a ‘correr atrás do prejuízo’. Quando o calo aperta é que procuramos orar mais, fazer jejuns e pedidos de orações e súplicas. Nada disso é ilegítimo, mas a qualidade de vida do cristão não está em recorrer a estas armas, mas no quando.
Perceba que o texto diz que devemos nos revestir de toda a armadura de Deus: a verdade, a justiça, a Palavra de Deus, a fé, a salvação e a oração e súplicas. Tudo se relaciona, ou seja, não adianta o cristão saber manusear bem a espada do evangelho, caso a pessoa persista em ser mentirosa - o que o colocaria em oposição ao primeiro item, já no v.14 -, por exemplo. Cingir o lombo é a primeira atitude de um soldado ao ajustar seu uniforme para que não fique frouxo e tenha liberdade de movimentos. Se a verdade não estiver cingida na vida do cristão, ele vai sucumbir no combate, pois seus movimentos estarão limitados e ele não conseguirá fazer uso adequado das demais armas que estão a sua disposição.
Mas o foco de hoje é no prosseguimento dessa Palavra, que diz “… para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. O Senhor está nos ensinando que devemos trabalhar as artes da espada, desenvolver as habilidades com o escudo da fé, ajustar os coturnos do evangelho da paz e todos os demais equipamentos, antes da batalha iniciar.
E assim é com todo e qualquer exército, em qualquer fase da história. Desde os tempos de cadete eu me lembro que todos os instrutores repetiam muitas vezes e todos os dias que “o suor poupa o sangue”, “treinamento difícil, combate fácil”, entre outras verdades que fazem parte da formação de um soldado, seja qual for o seu posto ou graduação.
Normalmente as pessoas perguntam por que treinar tanto em tempo de paz? E eu respondo com a seguinte pergunta: Se não treinar duro em tempo de paz, você sugere que se treine quando? Então a pessoa percebe essa necessidade, que é um princípio universal.
E não é por acaso que, logo em seguida, a Palavra mantém o mesmo foco: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau (v.13). Se o dia mau chegar e o soldado estiver relaxado e sem sua armadura certamente ele será surpreendido. E essa é a analogia e a instrução que o Senhor dos Exércitos deixou para aquele que n’Ele crê.
O nosso General está sempre nos preparando para uma batalha superior a que estamos vivendo agora. Não somos chamados para descansar neste mundo, o nosso descanso está em confiar na potente mão do Senhor. E confiar no Senhor é confiar em sua Palavra e torna-la viva em nosso dia-a-dia. É treinar as habilidades que Ele nos confiou e nos capacitou, mediante a ação do seu Espírito em nós.
Os desafios sempre estarão aumentando, por isso temos que nos apegar a Deus, a sua Palavra e buscar a orientação do Espírito Santo, para que possamos resistir no dia mau. O melhor de Deus está no porvir, no Grande Dia. Até lá temos muitas batalhas e alguns momentos de refrigério (ideal para nos prepararmos para a próxima).
Portanto, não podemos deixar em segundo plano a instrução que nos prepara para o que ainda há de vir nesse mundo: “E, havendo feito tudo, ficar firmes”.
Pense nisso e tenha ouvidos para ouvir.

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